Cássio: nem os adversários duvidam

Cássio: "O povo votou"

Os feitos do ex-governador Cássio Cunha Lima nesta eleição merecem registro até na boca dos seus adversários. Campina Grande votou contra José Maranhão numa margem que nem mesmo os oposicionistas apostavam: foram mais de 60 mil votos, uma margem semelhante a que o próprio Cássio teve em 2006 quando enfrentou Maranhão nas urnas.

Derrotado nas urnas, o senador Efraim Morais (DEM) também sentiu a força do campo magnético eleitoral de Cássio em Campina Grande. Colocou mais de 22 mil votos na frente do senador eleito Vitalzinho do Rego Filho (PMDB), um filho de Campina, irmão do prefeito.

Nessa mesma onda, José Serra, que esteve em Campina e disse ter ouvido da boca de Cássio o mais emocionante discurso da sua vida, teve mais voto de Dilma Roussef (PT).

São fatos eleitorais que serão declamados por toda a história da Paraíba, tal qual as narrativas de Homero.

Mas a epopeia eleitoral de Cássio chegou ao ápice quando o TRE divulgou, quebrando o segredo, a quantidade de votos que ele recebeu: um milhão e quatro mil votos. Foi o único a nas eleições deste ano a ultrapassar essa casa. Os votos dele dariam praticamente para eleger toda a bancada de deputados federais paraibanos eleitos.

Uma marca impressionante não apenas pela quantidade, mas pelas circunstâncias. Mais de um milhão de paraibanos foram às urnas no último domino pra votar em Cássio, apesar da impugnação do registro de sua candidatura, dos ataques dos adversários, da sanha do Correio da Paraíba, a acusação de ser ficha suja.

Cássio teve uma quantidade de votos capaz de fazer com que o Tribunal Superior Eleitoral decretasse a perda de objeto do processo sobre o registro de sua candidatura. É quase o número de assinaturas que o projeto Ficha Limpa obteve em todo Brasil.

Assim como a nova, Cássio também foi enviado ao Congresso por expressiva e indiscutível iniciativa popular.

Luís Tôrres