quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Concursados da PM deixam o emprego e convocação não sai

Uma dessas promessas foi feita no dia 25 de agosto de 2009 no programa “A palavra do governador”

desemprego_tristeza_20100916_084213Há um ano tudo ia muito bem na vida de um dos candidatos aprovados no concurso da Polícia Militar que ficou na lista dos remanescentes. Funcionário de uma empresa de grande porte no Brasil ele tinha garantido todos os direitos trabalhistas que a Lei o assegurava e ainda mantinha a dignidade de ter meios para sustentar mulher e filha.

No entanto, as promessas de convocação por parte do Governo Estadual o fez tomar uma decisão séria que abalaria não apenas suas finanças, mas toda a sua vida. “O secretário de segurança Gustavo Gominho e o próprio governador começaram anunciar em toda a imprensa que iriam convocar os remanescentes. Diante disso eu resolvi deixar o meu emprego para começar a me preparar para o teste de aptidão física e assim conseguir ser aprovado”, revelou o candidato que com medo de sofrer represálias preferiu manter seu nome em segredo.

Uma dessas promessas foi feita no dia 25 de agosto de 2009 no programa “A palavra do governador”, quando um outro candidato remanescente que teve que ir morar e São Paulo para conseguir emprego fez o seguinte pedido ao governador José Maranhão:

“Eu que sou um dos remanescentes da Polícia Militar do concurso de 2008. Eu queria pedir ao senhor, em nome dos remanescentes, que o senhor nos chamasse, nós que fomos aprovados na prova intelectual, mas ainda não fomos chamados para as seguintes etapas então eu estou acreditando que o senhor vai nos convocar”, apelou o remanescente.

A resposta obtida foi esperançosa para todos. “Eu devo lhe dizer que nós vamos efetivamente aproveitar todos os aprovados nesse concurso. Quando assumimos o governo tratamos de prorrogar imediatamente a vigência do concurso já que estava próximo do encerramento do prazo, dois anos. Eu prorroguei o concurso por mais dois anos e se Deus quiser dentro de algum tempo nós estaremos convocando os outros aprovados para participarem das outras etapas do concurso e serem, definitivamente, incorporados ao efetivo da Polícia Militar”, respondeu o governador.

Ouça o áudio

O único e maior problema desses candidatos é que, um ano após a promessa ter sido feita, a convocação ainda não aconteceu e, junto com a decepção, a falta de emprego e dinheiro veio também a falta de esperança. “Eu não tenho mais esperança que o governo convoque esses candidatos remanescentes, mas ainda acredito na Justiça paraibana. Essa ação que foi dada entrada pela comissão dos concursados remanescentes no Tribunal de Justiça faz renascer a esperança de que um dia ainda seremos convocados”, desabafou.

Depois de um ano esperando pelo cumprimento das promessas feitas pelo Executivo Estadual o candidato remanescente já se considera pronto para ser submetido ao exame de aptidão física, mas mesmo assim continua desempregado e tendo que viver com a mulher e a filha na casa dos pais para conseguir se manter, já que ainda não foi convocado.

As promessas do Executivo Estadual não foram feitas apenas aos próprios candidatos, mas também perante a imprensa. Contudo, nem mesmo tendo se comprometido diante de todo o Estado, por meio dos veículos de comunicação, o compromisso firmado foi cumprido. Na quarta e última matéria da série “Polícia na Paraíba – um caso de justiça”, você vai conferir as promessas e as desculpas dadas pelo Governo e ainda saber de quanto é o déficit de policiais no Estado.

Nice Almeida

PolíticaPB

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