"Maranhão e Cássio continuarão líderes, mas representarão forças isoladas", diz cientista.
Era noite, a Avenida Epitácio Pessoa e o busto de Tamandaré, em João Pessoa, tomados por uma multidão. Carros nas ruas, fogos no céu e uma perspectiva de mudança, de união nos olhos e na atitude de cada um dos paraibanos que ali estavam. Para muitos, aquele momento marcou o fim de um ciclo político que durou 12 anos na Paraíba. A vitória de Ricardo Coutinho (PSB) encerrou uma disputa acirrada entre dois grupos, polarizados por duas famílias: de um lado Cunha Lima e de outro Maranhão.
A história se encerra com a lembrança de uma noite em que ficou marcado o rompimento político dos dois grupos, onde o principal perdedor foi o PMDB e, consequentemente, a Paraíba. A noite da festa do Campestre, em Campina Grande, ressurgiu na memória de muitos políticos logo após serem abertas as urnas no último dia 31 de outubro. Encerrava-se ali uma briga marcada por perseguições e prejuízos ao Estado.
“A Paraíba fecha um ciclo político e inicia uma nova fase de prosperidade e desenvolvimento. A vitória de Ricardo mostra que os paraibanos estavam cansados de perseguições e dessa briga que não nos levava a lugar algum”, disse o ex-governador e senador eleito Cássio Cunha Lima (PSDB).
Rompimento em uma noite de festa
Segundo o historiador José Octávio de Arruda e Melo, no livro “Conflitos e Convergências nas eleições paraibanas de 1982, 2002 e 2006″, era 21 de março de 1998 dia do aniversário do então senador peemedebista Ronaldo Cunha Lima. As mais de duas mil pessoas nunca imaginavam que, além da festa, iriam presenciar o rompimento público de Ronaldo e José Maranhão levando um partido que, esgotado o ciclo militar em 1985, tornou-se dominante, na Paraíba, ao eleger governadores, senadores, a maioria das bancadas federal e estadual em 1986, 1990 e 1994, além das prefeituras das principais cidades paraibanas.
O historiador lembra ainda que desde então, o processo eleitoral do estado, destacadamente a corrida pelo Palácio da Redenção, passou a figurar como reedição da disputa extravasada naquele terceiro sábado de março. “Essa separação não fracionava apenas um partido, mas a sociedade inteira, onde as diversas instituições – Ordem dos Advogados do Brasil, Associação Paraibana de Imprensa, federações de futebol e carnavalesca, empresariado, intelectuais, universidades e partidos – despontavam rachadas entre os grupos do ‘M’ (Maranhão) e do ‘R’ (Ronaldo)”, escreveu José Octávio.
Derrota na convenção e vitória em 2006
Logo após o racha no PMDB, os dois grupos se confrontaram na Convenção que iria indicar quem seria o candidato ao Governo do Estado. Ronaldo saiu derrotado e resolveu migrar para o PSDB levando com ele, além de Cássio, um grupo importante de políticos, a exemplo do senador Cícero Lucena. Depois da vitória da Convenção, José Maranhão se reelege governador da Paraíba.
As brigas não pararam por aí. Quatro anos mais tarde, sem ter um nome forte para enfrentar Cássio Cunha Lima que tinha realizado um bom trabalho na Prefeitura de Campina Grande, Maranhão indica o vice-governador da época, Roberto Paulino, para disputar o Governo do Estado. Apesar do favoritismo de Cássio, Paulino cresceu e levou a disputa para o segundo turno. Apesar disso, Cássio foi eleito e empatou a disputa com Maranhão.
Em 2006, os paraibanos presenciam mais uma briga polarizada entre Maranhão e Cássio. Nessa disputa, os Cunha Lima saem novamente vitoriosos depois de um segundo turno em que a Paraíba nunca mais esqueceu. Anos mais tarde, Cássio foi surpreendido com a cassação do seu mandato pelo Tribunal Superior Eleitoral (TRE) e posteriormente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E com isso, Maranhão é novamente reconduzido ao governo em um ano pré-eleitoral o que garantiu ao governador disputar a eleição no cargo de governador.
2010 marca a quebra da hegemonia
“Cassistas” e “Maranhistas”, como ficaram conhecidos os dois grupos políticos, voltariam a novamente se enfrentar, mas os Cunha Lima optaram em apoiar um outro candidato que não fosse do grupo o que causou divergência e um racha no PSDB paraibano. O nome mais cotado, que era do senador Cícero Lucena, foi substituído pelo do então prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho. Era o início de uma nova possibilidade da Paraíba ser governada por uma terceira força política que não tivesse raízes profundas com Maranhão e nem com os Cunha Lima.
“Com essa vitória, a Paraíba vira a última página e fecha um livro. Os paraibanos agora viverão novos tempos, tempos de paz, união e prosperidade. O nosso povo não agüentava mais tantas brigas onde o prejudicado era apenas o nosso Estado. Novos tempos virão”, disse Cássio logo após o encerramento do processo eleitoral que declarou Ricardo Coutinho como o novo Governador do Estado.
Para o governador eleito Ricardo Coutinho, apesar de ter em dois momentos recebido apoio de José Maranhão e Cássio Cunha Lima, seu projeto político representa o fim de um ciclo de brigas. Durante toda a campanha o socialista pregou o fim das brigas e a paz entre os paraibanos e políticos. “Precisamos olhar para o futuro e não para o passado. A Paraíba é maior do que as brigas e merece crescer sem ódio”, frisou.
Mesmo com derrota, Maranhão não desiste da vida pública
Passado as eleições, o governador José Maranhão deixou claro que apesar da derrota no último dia 31 de outubro, não pretende abandonar a vida pública, mas apesar disso a noite do Campestre estará de certa forma esquecida já que o seu principal adversário agora será Ricardo Coutinho. Muitos correligionários acreditam que o peemedebista voltará a cena como candidato a prefeito de João Pessoa.
“Mas nossa história não termina aqui. Temos compromisso com esse projeto que foi construído em mais de 50 anos de trabalho. Ficará também na memória dos paraibanos que um grupo político que foi forjado na luta, que tinha acima de tudo ideais, conseguiu entrar e sair de forma digna, em todas as oportunidades que esteve a frente do Governo da Paraíba”, disse o governador José Maranhão.
Cientista diz que vitória de Ricardo fecha ciclo de 12 anos
Para o professor e cientista político, Luiz Ernani, a Paraíba fecha um ciclo político com a vitória de Ricardo Coutinho para o Governo do Estado. Segundo ele, apesar do governador José Maranhão e do senador Cássio Cunha Lima ainda continuarem representando forças políticas importantes na Paraíba, não terão mais influência na administração estadual e se tornarão forças individuais.
“A Paraíba fecha, sem dúvida, um ciclo político que durou 12 anos na Paraíba. Maranhão e Cássio continuarão líderes, mas representarão forças isoladas. Já Ricardo Coutinho representa para a população a nova Paraíba e sem dúvida terá a chance de despontar como a mais nova força política do nosso estado, renovando assim, um período predominado por duas famílias que se revezavam no poder”, finalizou.
André Gomes
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Ricardo Coutinho deixou o comando da Prefeitura de João Pessoa para se candidatar ao posto de governador. O socialista havia sido reeleito prefeito com 73,85% dos votos. A sua gestão foi marcada por obras estruturantes, mas também por várias críticas na área de saúde. Coutinho era aliado de Maranhão, mas acabou rompendo com o peemedebista, uma vez, que tinha interesse de ser candidato.
José Maranhão teve como vice o deputado estadual, Rodrigo Soares (PT), que só ficou com o cargo após ameaça de rompimento do Partido dos Trabalhadores. Antes do petista, Maranhão tinha convidado para o posto o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), e depois o seu irmão o deputado federal, Vitalzinho (PMDB). Os dois recusaram ao convite.
O novo governador da Paraíba, Ricardo Vieira Coutinho nasceu no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa, no dia 18 de novembro de 1960. Filiado ao PSB, foi vereador de João Pessoa ( 1993 - 1999 ), deputado estadual ( 1999 - 2004 ) e prefeito da capital paraibana por duas vezes, sendo eleito pela 1ª vez em 2004 e reeleito em 2008 .
Formado em Farmácia pela UFPB e com especialização em Farmácia Hospitalar na UFRJ, Ricardo Coutinho conquistou, via concurso público, uma vaga de farmacêutico no Hospital Universitário da Capital paraibana. Também atuou na presidência do Sindicato da categoria e em 1990 foi fundador do Sindisaúde, na mesma década, fundou o Departamento de Saúde da CUT / PB . Foi o prefeito com o maior índice de aprovação da história de João Pessoa, com 82%.
Em 1992, Ricardo Coutinho, então filiado ao PT, elege-se vereador de João Pessoa pela primeira vez com 1.381 votos. Em 1996 ele é reeleito vereador com 6.917 votos, obtendo o maior número de votos do pleito.
Um erro do candidato José Maranhão (PMDB) durante o debate da última quinta-feira na TV Clube motivou muita discussão e comentários no Twitter. O peemedebista trocou o nome da militância jovem do seu partido, chamando o “Conexão 15” de “Conexão 30” por várias vezes.
PolíticaPB
O desembargador Márcio Murilo Ramos, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PB), acatou pedido de liminar impetrado pela Coligação Uma Nova Paraíba, encabeçada pelo candidato a governador Ricardo Coutinho (PSB) pedindo a suspensão de inserções veiculadas pela Coligação Paraíba Unida, do candidato José Maranhão (PMDB), onde foram utilizados recursos gráficos vedados. Conforme a decisão, as inserções devem ser suspensas imediatamente.
O ex-prefeito de Cajazeiras, Carlos Antônio Araújo de Oliveira (DEM), denunciou um suposto esquema de tentativa de compra de adesão de lideranças políticas pela Coligação Paraíba Unida, que é encabeçada pelo candidato à reeleição, José Maranhão (PMDB), na região do Sertão.
O candidato ao Governo da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), aproveitou o espaço do guia eleitoral desta segunda-feira (11) para parabenizar Campina Grande pelos 146 anos. No programa, o candidato aproveitou para relembrar os problemas enfrentados pelos professores da UEPB durante o segundo governo de Zé Maranhão (PMDB).




















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A detenção do proprietário da gráfica Mídia, que produzia panfletos difamatórios contra o candidato a governador Ricardo Coutinho (PSB), não impediu a distribuição do material em bairros de João Pessoa. Ao visitar alguns pontos comerciais da Capital, clientes se depararam com a publicação que traz como texto principal o seguinte tema: “Ricardo Coutinho consagra João Pessoa a satanás”.
Palco de uma apreensão feita ontem pela Polícia Federal, a Mídia Gráfica e Editora, localizada em João Pessoa, é cliente do governo do Estado na atual gestão. É o que revelam empenhos retirados do Sagres do Tribunal de Contas do Estado.
O primeiro guia eleitoral dos candidatos ao Governo do Estado nesse segundo turno das eleições 2010 será exibido na noite deste sábado, a partir das 20h00. A decisão foi tomada na última quinta-feira (07), durante sessão administrativa do pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PB).
O prefeito de Santa Rita, Marcos Odilon, declarou na manhã deste sábado (09), seu apoio ao candidato da coligação ‘Uma Nova Paraíba’, Ricardo Coutinho (PSB) e afirmou que ele é sucessor natural ao cargo de governador do Estado, como acontece em todas as democracias. Nos próximos dias, Marcos Odilon, Ana Lúcia Ribeiro Coutinho e o deputado estadual Quinto estarão realizando uma atividade conjunta com Ricardo para oficializar o apoio da família ao socialista na cidade.
A primeira semana depois da realização do primeiro turno das eleições serviu para realização de reuniões e anúncios de  adesões rumo ao segundo turno. A Coligação “Uma Nova Paraíba” que tem como candidato ao Governo da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), anunciou a adesão de dez prefeitos, além de vices-prefeitos, vereadores e lideranças políticas de diversos municípios. Apenas nesta sexta-feira (8) o candidato do PSB recebeu a adesão de mais quatro prefeitos durante encontro realizado em Campina Grande.

O julgamento do recurso ordinário onde o ex-governador, Cássio Cunha Lima (PSDB), pede o deferimento do registro da sua candidatura entrou em pauta na sessão desta quinta-feira do Tribunal Superior Eleitoral, mas acabou adiado por falta de quórum. O julgamento deverá ficar para a próxima semana.